segunda-feira, 8 de outubro de 2007


A MORTE ESPREITA…

E tu que não dormes,
que esperas indefinidamente,
a surpresa com cheiro a morte,
pela calada da noite.
O fru-fru das folhas
daquelas enormes arbóreas,
camuflam o medo,
de que só o suor frio
o do odor da urina
do companheiro do lado
se vislumbra.
O silêncio gela,
no calor da mata,
os animais nocturnos
irrequietos,
Trespassam teu coração,
com seus roídos,
E tu continuas impávido,
dobrado sobre os joelhos,
emboscado à espera.
À espera que a morte,
surja de qualquer lado,
com o cheiro a pólvora,
vomitado por uma qualquer arma.
Como é ridículo, estares vivo
Á espera da morte,
Sabendo que acabaste de nascer,
A tua vida
Só ainda agora começou.
Que injusto, morrer
Por um nada que nem conheces,
Sem ter tempo de viver,
O amor e os afectos
Da tua própria vida,
Que já não é vida.
Se partir,
Em viagem até à eternidade,
Agarra estas palavras,
E cola-as no meu caixão,
Porque quero que o mundo saiba,
Que a minha morte foi em vão.

1973 - A.B.

domingo, 7 de outubro de 2007


PRECE

Deixa-me trilhar teus caminhos,
beber de teus sonhos
e projectos de vida.

Deixa-me dar-te a mão,
envolver tua alma
nesta nova caminhada.

Deixa-me mirar-te de frente,
olhar tua aura
de lágrima sofrida.

Deixa-me beijar tua pele,
sentir teu perfume,
de flor agreste ora renascida.

Deixa-me sonhar teu sonho,
contigo voar,
na noite escura de Lua clara.

Deixa-me acariciar teu corpo,
de pele morena,
Vestido de seda.

Deixa-me tomar tua alma,
um barco perdido
agora encontrado.

Deixa-me dizer o que penso,
escrever o que sinto,
no livro do tempo.

Deixa-me dar por inteiro,
à flor de Setembro,
que nasce do ventre da mulher que amo.

Deixa…


AB(27/03/07)

 
©2006-2007 'Blue 3 colunas' Por Claudya R.