Quero de novo sulcar os mares,
Dançar sobre as ondas
E agarrar o Cruzeiro do Sul.
Quero mirar as sereias,
De tês morena,
Da Baia dos Coqueiros.
Quero ouvir as ninfas,
Que sibilam poemas,
Nas portas do Sergipe
Quero viajar sem destino,
Cortar os ares
Como vento de monção.
Quero dormir ao sereno,
Nos braços da musa,
Que inspira meu coração.
Quero quebrar as barreiras,
Dos sonhos negros
Que mataram teu sorriso.
Quero beijar a flor
Que exala o perfume
Deste meu poema.
Quero secar a lágrima,
Que rola em silencio,
Em tua face redonda.
Quero calar teu grito,
De dor profunda,
Do destino perdido.
Quero beijar tua boca,
De lábios brilhantes,
Que balbuciam gemidos.
…mas o que eu quero,
o que quero mesmo…
…é amar-te.
António Basto © 7 de Julho de 2011